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domingo, 26 de setembro de 2010

Livre-se dos seus medos (part.1)

Seu pavor irracional de altura, de ver sangue ou de falar em público pode ser uma fobia. Descubra que é fácil livrar-se dela

É normal seu coração disparar quando você dá de cara com um pit bull solto. Ou você gaguejar durante uma apresentação para a presidência da empresa ou para um auditório lotado, se você ainda não está acostumado a esse desafio. Sentir medo é uma reação natural do corpo diante de uma situação tensa ou meaçadora. Mas há também o medo criado pela mente, quase sempre desproporcional ao risco real. Ele pode, por exemplo, levar um sujeito com pavor de cães a passar mal diante de um poodle que abana o rabo. É esse temor imaginário de algo ou de uma determinada situação, mais complexo e difícil de lidar, que os especialistas chamam de fobia "AS FOBIAS SÃO MEDOS PERSISTENTES DE SITUAÇÕES QUE NORMALMENTE NÃO INCOMODAM A MAIORIA DAS PESSOAS", define o psiquiatra Márcio Bernik, coordenador do Laboratório de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). "O fóbico sabe que seus receios são exagerados, mas não consegue controlá-los", acrescenta.

Como estabelecer a diferença, por exemplo, entre o medo razoável de cães e uma fobia? Para que o temor seja considerado fobia, precisa exibir três características. A primeira é que o contato com o objeto ou situação temida provoque crises de ansiedade: palpitações, tremores, rubor, boca seca e mal-estar estomacal são sintomas típicos. O segundo sinal é o grau de sofrimento causado por esse contato: geralmente é intenso. A terceira Característica é a maneira como esse medo interfere na vida do indivíduo. Se você altera sua rotina, se afasta dos amigos ou do trabalho para fugir daquilo que lhe causa temor, deve procurar ajuda.

Existem três categorias de fobias: agorafobia, fobia social e fobia específica. A agorafobia é o medo da ágora (palavra grega que batizava as praças de mercado das cidades da Grécia antiga, onde se reuniam os cidadãos) e referese ao temor de encarar eventos sociais ou locais de grandes aglomerações. Mas, ao contrário do que se imagina, não é o medo de estar em certos lugares que caracteriza a vítima dessa fobia e, sim, o de se afastar de casa ou das pessoas que lhe dão segurança. Por isso, o agorafóbico tende a evitar situações em que a fuga para território seguro possa ser difícil ou constrangedora. Quando isso ocorre, ele pode ter sintomas de desconforto físico ou crises de pânico.

O agorafóbico pode chegar ao ponto de evitar filas de bancos e supermercados, esperas em consultórios médicos e até simples passeios em shoppings. O fato de ser uma fobia que aflige mais mulheres – 95% dos casos – não impede que grande contingente de homens de até 35 anos sofra do transtorno. O médico austríaco Sigmund Freud (1856-1939), fundador da psicanálise, é o mais famoso dos agorafóbicos (veja quadro com celebridades fóbicas no final da página 4).

A fobia social, a mais fácil de ser identificada, é o medo exagerado de passar vergonha em público e atinge igualmente homens e mulheres. Cerca de 10% da população apresenta o transtorno, que surge na adolescência. Você se considera uma pessoa tímida? Multiplique por mil, eleve o grau de exigência de sua autoimagem à enésima potência e terá o quadro de um fóbico social. Ele acredita estar sempre sob rigorosa avaliação dos outros e, por isso, teme se comportar de maneira humilhante. Só que, na maioria das vezes, superdimensiona as situações.


Fonte:Mh

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